11.4.05

Grávida a Bordo

Eu sou uma transporte-público-dependente. Sou fã. Vão a todo o lado (que me interessa) e mais ou menos à hora (mais ou menos, ok!). Passaram 5 anos de Universidade e mais 7 (quase) desde que comecei a trabalhar (já me arrependi de ter feito estas contas). Mais ou menos o tempo de utilização tem-se mantido e são, por isso, cerca de 2h diárias. Ano após ano combóio, autocarro, metro, fui apreciando as vistas à luz daquilo que foi sendo a minha vida. Durante a gravidez aprendi que é preciso espetar a barriga no nariz dos senhores(as), novos ou velhos (aqui não existe conflito de gerações) que se sentam nos lugares reservados a pessoas de idade, deficientes, gávidas ou com crianças de colo (não decorei o texto mas anda mais ou menos por aqui). As reacções das pessoas foi-se modificando à medida que a barriga foi crescendo. Ao inicio a coisa era mais complicada, para o final (15 dias antes) já tudo era mais simples bastando aproximar-me dos lugares em questão.
De manhã, como será fácil de imaginar, o combóio vem cheio (não chega a ser lata de sardinhas, mas cheio). Só com sorte (que eu raramente eu tenho) se encontra um lugar vago. Hoje, em pé, olhei em frente e vi uma grávida, em pé também. Pouco depois reparei que mesmo ao meu lado estava outra grávida, em pé também. Em pé, sim! "Não há respeito" pensei... Ao mesmo tempo reflecti: acontece que quem está sentado não pode adivinhar que acabam de entrar 2 grávidas no combóio (sim, elas estavam enconstadas à porta). Nem tão pouco existe qualquer tipo de alarme que grite "grávida a bordo".
Ora, minhas queridas, não basta dizer que ninguém se levanta para dar lugar às grávidas. É preciso que as próprias se façam anunciar. Fiquei irritada. Não com os que comodamente faziam viagem nos lugares reservados, mas com as referidas grávidas que alí estavam impávidas e serenas no entrada do combóio encostadinhas e bem seguras não vá haver algum solavanco que incomode as suas crianças. Apeteceu-me gritar: aí ninguém vos vê e é por isso que não vos dão lugar.
É uma coisa que me irrita e que é algo comum, todos reclamam direitos mas quantas vezes são os próprios que não lutam por esses direito. Grávidas que andam de transporte públicos, por favor, mostrem-se e reclamem os vossos lugares. Não sejam tontas!

6 comentários:

LP disse...

Pois é... isto é só um exemplo. A maior parte das pessoas prefere não reclamar os seus direitos. Mas depois também não tinham do que se queixar não é? E isso sim era um problema.

Beijinhos
Liliana

Anónimo disse...

:))))))
E as caixas de supermercado...?dava para mais um post com uma boa centena de palavras :))
Bjs
Susana

Ana Rodrigues disse...

Márcia,

Concordo PLENAMENTE com o que disseste!
Enquanto estive grávida, eu nunca deixava escapar a oportunidade de ir sentadinha. nem pensar!

beijinho

Carla Dantas disse...

Tens toda a razão - se não formos nós a reclamar os nossos direitos, muitos fazem-se de desentendidos...

Quando estava grávida de 8 meses, em pleno Inverno, entrei um dia num autocarro da Carris (em plena hora de ponta, apenhado, como sempre) e pedi um lugar.
Pois que o sr. que estava sentado fez cá uma cara de desconfiado.. não devia estar a acreditar. Só porque eu estava com uma gabardine que disfarçava um pouco a barriga!!! Foi incrível!!!

Márcia,
li alguns textos do teu blog e por aqui se vê os excelentes pais que o B. tem. Felicidades.

Rita disse...

Olá,
sei bem do que falas.
esta semana me começaram a dar lugar no autocarro, electrico e afins (já estou de 28 semanas!).
Eu não costumo ficar à porta,a não ser quando não tenho mesmo outra hipótese, mas ainda na semana passada fui até aos lugares reservados e estavam lá 4 pessoas: uma criança de +/- 7 anos, uma mulher de +/- 35 anos, um homem de 40 e um jovem de 16. O homem que estava encostado à janela é que teve de pedir licença à "senhora" para sair dali para eu me poder sentar. Ela, que um dia pode também vir a estar grávida, se é que não esteve já, nem se mexeu...
Às vezes parece que fazem de propósito, assim que vêm uma grávida a entrar no autocarro olham para todo o lado excepto para a dita... não vá ela pedir o lugar e depois é uma chatisse...
Houve também uma ocasião em que depois de ter passado o electrico todo sem ninguém de dignar a levantar, era uma senhora que ía com uma criança ao colo que o queria fazer... Claro que não aceitei, mas aprendi que "Quem não chora não mama".
Agora deixem sentar a grávida porque se não vai a bem vai de outra forma qualquer!
Beijinhos

Márcia Carvalho disse...

Rita!

Cá por mim se ninhuém se levantava pedia logo... "o sr(a) dá-me licença!!" Não lhe dava hipótese de disfarçar!! Bj e felicidades. Márcia

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