2.11.06

Vai buscar!

Depois de tudo feito e tratado, no sofá, em frente a televisão era sagrado como o destino que dali a minha mãe já não se levantaria para mais nada a não ser o essencial. Está bem visto que aqui não entram os copos de água, o correr os cortinados, o mudar o canal da televisão (sim, somos desse tempo), o ir abrir as camas, o ir buscar as almofadas, o tocar as luzes da sala, o por a televisão mais alta ou mais baixo e já agora voltar a mudar o canal (embora na altura o zapping não fosse ainda actividade recorrente). Lembro-me de como a certa altura e à medida que o corpo ia crescendo estes e outros “favores” se tornavam irritantes e “abusivos”. Ainda hoje, se nos apanha a jeito ela mostra que não lhe perdeu o jeito e lá vem um qualquer pedido de última hora.

Já cá deste lado, o da maternidade, do por mim encantada com a facilidade com o meu filho se desenrasca na resposta aos seus (meus) primeiros “favores”. “Vai lá buscar as “tuas calças que estão no quarto”; “vai dar isto ao pai/mãe” (sim, que não sou a única a tirar proveito); “dá cá aquilo”; “lava lá isto”!

Sem comentários:

Blog Archive