5.2.07

“acho que me estou a despedir dele como único”, pai

Custa-me não lhe dar toda a atenção que ele quer principalmente nos dias de semana em que são tão poucas as horas que passamos juntos. Mas cada vez mais percebo que é uma mariquice minha e que é bom que ele se entretenha sozinho e faça as suas próprias brincadeiras e invente e ponha e disponha da sua imaginação. Às vezes quando estou na cozinha ou a fazer qualquer outra coisa vou de soslaio espreitá-lo e ele lá está entretido. Como ontem enquanto deitava o Ruca e lhe contava estórias.
Ouvimo-lo crescer todos os dias. Nas respostas, nas palavras, nas perguntas, nas expressões.
Está tudo bem?
sim... estou a brincar!
ou
O que estás a fazer?
estou a fazer xixi!

ou

Olha, sabes... eu acho que...
...

Ele já “acha” coisas sobre o mundo, sobre ele e sobre os outros.

Quando não quer estar sozinho vem ter comigo ”quero ajudar-te” e então fazemos o jantar ou tiramos a loiça da máquina e arrumamos nos armários. Jantamos, espreitamos a televisão para ver o que o Ruca e Nody e acaba por aí a televisão. Fazemos jogos, cantamos, pintamos, cortamos e colamos. Saltitamos muito de brincadeira e não sei muito bem de quem é culpa de isto acontecer. Umas vez brincamos mais outras menos dependendo da nossa, minha, inspiração, tranquilidade, vontade e disposição.
A três, o que infelizmente só quase acontece ao fim-de-semana, dá uma particular sensação de felicidade ouvi-los a brincar, a cantar a fazer o que quer seja. Têm brincadeiras tão diferentes das minhas e são tão giros. Eu nunca brinquei com a garagem e nem vibrei tanto com a sua compra; eu nunca o atirei ao teto; eu nunca o empurrei contra o puf; eu nunca me escondi no armário quando brincamos às escondidas.

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