Sou conhecida, pelos que me
conhecem mesmo muito bem de ouvir as conversas alheias. Quando tinha 10 anos ia
todos os dias, com o meu irmão, 3 anos mais velho, para Lisboa todos os dias. Nessa
altura éramos os dois atletas do Sporting e nadávamos na piscina do Areeiro. Íamos
e vínhamos de transportes públicos, frequentemente. Conta a minha mãe que todos
os dias fazia relatos sobre as conversas que ouvia no comboio ou nos
autocarros. É verdade que isto acontecia e ainda hoje acontece, confesso. Posso
dizer que tenho um verdadeiro fascínio, que não considero coscuvilhice, atenção,
pela vida dos outros. Pelo que pensam, pelo que fazem, pela forma como se
relacionam. Ao ouvi-los imagino-os nas suas vidas e dentro da minha cabeça
invento imagens, histórias e acontecimento. Acho mesmo que se escrevesse alguns
dessas conversas e da forma como as vejo na minha cabeça poderia escrever um
livro engraçado sobre a vida de todos os dias. Cruzando histórias, relatos e
momentos. É engraçado como as pessoas se abrem umas com as outras muito mais do
que se pode imaginar!
Voltei a andar de transportes públicos,
o que me dá imenso gozo. Embora tenha sempre comigo um livro, outro prazer que
recuperei com as viagens de comboio e metro, voltei a ouvir as pessoas… fazia tão
bem a tanta gente ouvir as pessoas nos seus ritmos diários.
1 comentário:
Em pequena tb tinha essa "nóia", agora como não ando mais de transportes é raro... mas percebo esse fashinio :)
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