Gostava
de falar do amor que sinto pelos meus filhos com as mesmas palavras que leio
por aí. São palavras poéticas, de uma entrega total e que emanam felicidade. Eu
não sou sempre imensamente feliz quando estou com os meus filhos. Tem dias que
nem os posso ver. Chatos, implicativos, embirrentos e implicantes. Às vezes
assusto-me quando leio outras mães. Sinto-me péssima e imagino-os infelizes.
Esta noite depois de ter gritado um ”desaparece daqui” às 5.30 da manhã senti o
que sinto muitas vezes: que os meus filhos mereciam ter uma mãe melhor.
Dons de Deus confiados à nossa guarda, vivemos todos os dias a entrega intensa
uns aos outros uma entrega que se renova em cada abraço e em cada “desculpa”. Deve
ser por isso que se chama "amor incondicional". Este amor
surpreende-me todos os dias. Não tanto o nosso por eles mas o deles por nós.
Hoje ao cheirar a cova
da nuca do mais novo, já enroscado na nossa cama e ainda nem eram 7 da manhã, regressei
ao âmago deste amor. É sempre aqui, na cova da nuca, que os sinto meus. Que nos
sinto “nós”. Um cheiro que não se explica, que é animal. Um cheiro que é dos
três, igualzinho. Com a mesma forma, com o mesmo amor, com o mesmo sentido de
pertença. Tantos são os dias em que não me sinto merecedora deste sentimento
que nos amarra e nos faz ser uns dos outros.
(este texto foi escrito em dois tempos diferentes e decidi não o alterar, não me fazia sentido)
3 comentários:
Sou testemunha que és uma excelente Mãe|
És uma excelente Mãe menina Márcia... Não duvido um segundo!!!
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