5.9.12

o "amor" de cada dia nos dai hoje



Gostava de falar do amor que sinto pelos meus filhos com as mesmas palavras que leio por aí. São palavras poéticas, de uma entrega total e que emanam felicidade. Eu não sou sempre imensamente feliz quando estou com os meus filhos. Tem dias que nem os posso ver. Chatos, implicativos, embirrentos e implicantes. Às vezes assusto-me quando leio outras mães. Sinto-me péssima e imagino-os infelizes. Esta noite depois de ter gritado um ”desaparece daqui” às 5.30 da manhã senti o que sinto muitas vezes: que os meus filhos mereciam ter uma mãe melhor. Dons de Deus confiados à nossa guarda, vivemos todos os dias a entrega intensa uns aos outros uma entrega que se renova em cada abraço e em cada “desculpa”. Deve ser por isso que se chama "amor incondicional". Este amor surpreende-me todos os dias. Não tanto o nosso por eles mas o deles por nós. 
 
Hoje ao cheirar a cova da nuca do mais novo, já enroscado na nossa cama e ainda nem eram 7 da manhã, regressei ao âmago deste amor. É sempre aqui, na cova da nuca, que os sinto meus. Que nos sinto “nós”. Um cheiro que não se explica, que é animal. Um cheiro que é dos três, igualzinho. Com a mesma forma, com o mesmo amor, com o mesmo sentido de pertença. Tantos são os dias em que não me sinto merecedora deste sentimento que nos amarra e nos faz ser uns dos outros. 
 
 
(este texto foi escrito em dois tempos diferentes e decidi não o alterar, não me fazia sentido)


 

3 comentários:

Laços de renda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
AnaPCarvalho disse...

Sou testemunha que és uma excelente Mãe|

Carla Dantas disse...

És uma excelente Mãe menina Márcia... Não duvido um segundo!!!

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